CÉLULA -UNIDADE FUNCIONAL
1 - A célula
Os seres vivos diferem da matéria
bruta porque são constituídos de células. Os vírus são seres que não possuem
células, mas são capazes de se reproduzir e sofrer alterações no seu material
genético. Esse é um dos motivos pelos quais ainda se discute se eles são ou não
seres vivos.
A célula é a
menor parte dos seres vivos com forma e função definidas. Por essa razão, afirmamos que a
célula é a unidade estrutural dos seres vivos. A célula - isolada ou junto com
outras células - forma todo o ser vivo ou parte dele. “Além disso, ela tem todo
o material” necessário para realizar as funções de um ser vive, como nutrição,
produção de energia e reprodução.
Cada célula
do nosso corpo tem uma função específica. Mas todas desempenham uma atividade
"comunitária", trabalhando de maneira integrada com as demais células
do corpo. É como se o nosso organismo fosse uma imensa sociedade de células,
que cooperam umas com as outras, dividindo o trabalho entre si. Juntas, elas
garantem a execução das inúmeras tarefas responsáveis pela manutenção da
vida.
As células que formam o organismo da
maioria dos seres vivos apresentam uma membrana envolvendo o seu núcleo, por
isso, são chamadas de células eucariotas. A célula eucariota é constituída
de membrana celular, citoplasma e núcleo.
1.1 - A membrana plasmática
A membrana plasmática é uma película
muito fina, delicada e elástica, que envolve o conteúdo da célula. Mais do que
um simples envoltório, essa membrana tem participação marcante na vida celular,
regulando a passagem e a troca de substancias entre a célula e o meio em que
ela se encontra.
Muitas substâncias entram e saem das
células de forma passiva. Isso significa que tais substâncias se deslocam
livremente, sem que a célula precise gastar energia. É o caso do gás oxigênio e
do gás carbônico, por exemplo.
Outras substâncias entram e saem das
células de forma ativa. Nesse caso, a célula gasta energia para promover o
transporte delas através da membrana plasmática. Nesse transporte há
participação de substâncias especiais, chamadas enzimas transportadoras. Nossas
células nervosas, por exemplo, absorvem íons de potássio e eliminam íons de
sódio por transporte ativo.
Observe a membrana plasmática. Ela é
formada por duas camadas de lipídios e por proteínas de formas diferentes entre
as duas camadas de lipídios. Dizemos, assim, que a membrana plasmática tem
permeabilidade seletiva, isto é, capacidade de selecionar as substâncias que
entram ou saem de acordo com as necessidades da célula.
1.2 - O citoplasma
O citoplasma é, geralmente, a maior
opção da célula. Compreende o material presente na região entre a membrana
plasmática e o núcleo. Ele é constituído por um material semifluido, gelatinoso
chamado hialoplasma. No hialoplasma ficam imersas as organelas celulares,
estruturas que desempenham funções vitais diversas, como digestão, respiração,
excreção e circulação. A substância mais abundante no hialoplasma é a água.
Vamos, então, estudar algumas das mais
importantes organelas encontradas em nossas células: mitocôndrias, ribossomos,
retículo endoplasmático, complexo de Golgi, lisossomos e centríolos.
1.2.1 - As mitocôndrias
As
mitocôndrias e a produção de energia. As mitocôndrias são organelas membranosas
(envolvidas por membrana) e que têm a forma de bastão. Elas são responsáveis
pela respiração celular, fenômeno que permite à célula obter a energia química
contida nos alimentos absorvidos. A energia assim obtida poderá então ser
empregada no desempenho de atividades celulares diversa .
Um dos "combustíveis" mais
comuns que as células utilizam na respiração celular é o açucar glicose. Após a
"queima" da glicose, com participação do gás oxigênio, a célula obtém
energia e produz resíduos, representados pelo gás carbônico e pela água. O gás
carbônico passa para o sangue e é eliminado para o meio externo.
A equação abaixo resume o processo da respiração celular:
glicose + gás oxigênio ---> gás carbônico +
água + energia
1.2.2 - Os ribossomos
Os ribossomos são organelas celulares presentes em todo o citoplasma de células eucariontes
quanto procariontes. elas tem como função sintetizar proteínas que serão
utilizadas em processos internos da célula.
eles podem estar agrupados em fila, com a ajuda de
uma fita de RNA (formando os polirribossomos),
espalhados no citoplasma (ou hialoplasma), ou grudados na parede do retículo endoplasmático, dando origem ao
retículo endoplasmático rugoso. vale lembrar que os ribossomos não contém uma
membrana, ao contrário das mitocôndrias, por exemplo.
1.2.2.1 - Sintetizando as
proteínas e enzimas
Os aminoácidos presentes na célula são
atraídos pelos ribossomos, que com o material genético rrna (rna ribossômico), vão construir grandes
cadeias de proteínas, que posteriormente serão utilizadas em processos da
própria célula.
As enzimas são produzidas nos ribossomos que estão colados ao
retículo endoplasmático. de lá, elas vão para dentro do retículo, onde serão
agrupadas em grandes números, depois "enviadas" para o complexo de golgi, onde serão finalmente
expelidas da célula.
.
1.2.3 - O retículo endoplasmático
Essa organela é constituída por um sistema
de canais e bolsas achatadas. Apresenta várias funções, dentre as quais
facilitar o transporte e a distribuição de substâncias no interior da célula.
As membranas do retículo
endoplasmático podem ou não conter ribossomos aderidos em sua superfície
externa. A presença dos ribossomos confere à membrana do retículo
endoplasmático uma aparência granulosa; na ausência dos ribossomos, a membrana
exibe um aspecto liso ou não-granulosos.
1.2.4 - O complexo de Golgi
O complexo de Golgi,
também conhecido como aparelho de Golgi ou dictiossomo é uma organela
citoplasmática, constituída por vesículas com formato de sacos achatados, que
está presente nas células eucarióticas. Tem por funções armazenamento,
transformação e empacotamento de substâncias que são produzidas na síntese
celular.
Ao serem aderidas
pelo citoesqueleto, as vesículas são movidas no interior da célula até a região
de base da membrana plasmática, daí irá se difundir à membrana da célula e
eliminará um conteúdo para o meio externo à célula.
O muco é uma
das substâncias processadas e eliminadas pelo aparelho de Golgi, ela tem papel
de lubrificante a age no interior do nosso corpo. Assim, o complexo de Golgi
está principalmente relacionado ao processo de secreção celular.
As enzimas digestivas
do pâncreas também são processadas pelo complexo de Golgi, elas são
produzidas no retículo endoplasmático rugoso e depois são levas até o aparelho
de Golgi, sendo empacotadas neste e após isso acumuladas em um dos polos da
célula pancreática. Ao chegar um aviso de alimento que está para passar por
processo de digestão, essas bolsas se movem até a membrana plasmática, onde se
fundirão nela e eliminarão todo seu conteúdo. Este é um dos exemplos de função
do complexo de Golgi na secreção celular, mas, existem muitos outros casos de
secreção celular onde há participação dessa organela.
A formação dos
espermatozoides também é realizada a partir do aparelho de Golgi, que tem uma
função importante no processo. Ele possui uma bolsa contendo enzimas digestivas,
chamada de acrossomo, cujo termo significa ‘’corpo localizado no topo do
espermatozoide’’, que perfuram as membranas presentes no óvulo, para assim,
permitir a fecundação.
1.2.5 - Os Lisossomos
Os lisossomos são organelas
citoplasmáticas membranosas presentes em praticamente todas as células
eucariontes. Em seu interior existem enzimas que realizam normalmente a
digestão intracelular, porém extracelular em casos excepcionais.
A estrutura de um lisossomo tem sua origem a
partir do processo de síntese e transformações que envolvem a complexidade
celular. Partindo inicialmente do controle genético, são sintetizadas moléculas
de RNA precursoras das enzimas digestivas. Essas moléculas juntamente ao
retículo endoplasmático rugoso realizam o processo de transcrição de uma
proteína.
Finalizada a síntese, essas proteínas
são transportadas em vesículas (pequenas bolsas) que se dissociam do retículo
com destino ao complexo de Golgi. Nesse local as proteínas irão passar por
transformações (maturação), havendo acréscimo de grupamentos químicos
(fosforilação) nas extremidades dos filamentos protéicos, caracterizando o seu
potencial enzimático.
Após esse estágio as enzimas formadas
são empacotadas em vesículas que se desprendem do aparelho golgiense,
constituindo o lisossomo. A este estado de pré-formação dá-se o nome de
lisossomo primário e quando em ação funcional propriamente dita, formado: o
vacúolo digestivo, o vacúolo autofágico e corpo residual, recebem a denominação
de secundário.
Quanto ao aspecto interno da vesícula
lisossômica, esta possui um pH por volta de 5, um potencial hidrogeniônico
ácido em virtude do conteúdo, visto que as enzimas são chamadas de hidrolases
ácidas. Durante o processo digestivo, os lisossomos podem tanto
asociar-se a fogossomos quanto a pinossomos (denominação que condiz com a
consistência das substâncias ou partículas engolfadas), formando o vacúolo
digestivo.
À medida que a digestão se processa,
as moléculas necessárias ao metabolismo da célula atravessam a membrana do
vacúolo dispersando-se pelo hialoplasma. O material não digerido constitui o
corpo residual, eliminado por exocitose (clasmocitose ou defecação celular).
Essas organelas também podem atuar na
degeneração de outros orgânulos da própria célula, mantendo a renovação das
estruturas permanentemente reconstruidas, mecanismo chamado de autofagia (auto
= próprio, fagia = comer).
Dependendo da informação e controle
gênico, as enzimas lisossômicas, em resposta ao envelhecimento das células ou a
qualquer alteração morfofisiológica (hormonal, lesões ou tumores), podem
desencadear o mecanismo de morte celular programada (apoptose), ou seja, a
célula se alto destrói, evitando maiores danos ao organismo.
1.2.6 - Os Centríolos
Um Centríolo ou centro celular é uma
estrutura em forma de cilíndro encontrada na maioria das células eucariontes do
tipo animal. Normalmente, os centríolos posicionam-se lado a lado ou de forma
perpendicular, aos pares, no interior das células.
Os centríolos podem ser encontrados na
maioria das células de animais, algas e vegetais inferiores como as briófitas
(musgos) e pteridófitas (samambaias), mas não existem nas células de fungos
complexos, plantas superiores (gimnospermas e angiospermas) e nematoides, essas
apresentam outra organela similar, o centrossomo.
Os centríolos são estruturas formadas
por nove trios de microtúbulos protéicos, organizados em cilindro. São
responsáveis pela formação dos cílios e flagelos e pela organização do fuso
acromático durante a divisão celular. Sua principal característica é a
capacidade de se autoduplicar no período que precede a divisão celular,
migrando, em seguida, para os polos opostos da célula.Os estudos sobre a origem
dessa organela apontam para o último ancestral comum de todos os eucariotos,
uma célula ciliada com centríolos.
1.2.7
- O núcleo
O núcleo é a estrutura subcelular que contém a informação hereditária da célula, o ácido desoxirribonucléico (ou DNA, da sigla em inglês), e que controla a síntese de proteínas, bem como o crescimento e divisão celulare. Essa organela esférica, em células animais típicas mede cerca de 10-20 µm de diâmetro e é delimitada por uma membrana dupla chamada envelope nuclear ou carioteca que auxilia a manutenção da forma do núcleo e na regulação do fluxo de moléculas através dos poros nucleares, que permitem a comunicação com o citoplasma da célula. No interior do núcleo, encontra-se o nucléolo, estrutura responsável pela síntese e montagem dos ácidos ribonucléicos (ou RNA, da sigla em inglês) ribossomais. Uma matriz líquida de alta viscosidade, denominada nucleoplasma, é encontrada preenchendo o interior do núcleo e contém, dissolvidas nela, diversas substâncias como nucleotídeos, proteínas e a cromatina, que é a denominação dada ao complexo formado entre proteínas, como histonas, e os cromossomos, longas sequências de DNA bem organizadas, que contêm todas as informações genéticas da célula.
1.2.7.1 - Estrutura do núcleo
Nucleoplasma
Componente
subcelular análogo ao citoplasma, nucleoplasma é o líquido viscoso que preenche
o núcleo delimitado pela carioteca, no qual nucléolo e cromossomos, por
exemplo, estão suspensos. Diversas substâncias encontram-se dissolvidas no
nucleoplasma, tais como íons, açúcares, nucleotídeos, ácidos nucléicos e
proteínas/enzimas, além de água.
A presença do nucleoplasma ocupando o núcleo, uma
matriz fluida, promove um ambiente favorável à ocorrência do trânsito de
moléculas e, consequentemente, das diversas reações químicas que ocorrem no
núcleos, com destaque para a duplicação do DNA e transcrição do RNA.
Carioteca
A
carioteca, ou envelope nuclear, circunda completamente o núcleo, auxiliando à
manutenção de sua forma esférica, e atua como um impedimento à livre difusão de
substâncias entre o nucleoplasma e o citoplasma, separando do citossol os
componentes nucleares, incluindo o material genético, durante a maior parte do
ciclo celular.
Durante a divisão da célula, cópias equivalentes
do material genético contido no núcleo e organizado nos cromossomos devem ser
transmitidas para ambas as células filhas. Assim, no início da mitose, durante a prófase, em processo
essencial para a divisão dos cromossomos, o envelope nuclear se desintegra. Na
telófase, fase final da mitose, porém, a carioteca é reestruturada em torno de
cada um dos novos conjuntos de cromossomos.
A
carioteca é formada por dupla membrana: duas membranas
concêntricas, cada uma formada por uma bicamada lipídica com distintas
proteínas, dentre outras classes de moléculas, inseridas nela, à exemplo de
outras membranas biológicas. A dupla membrana da carioteca é composta pela
membrana nuclear interna e a membrana nuclear externa, separadas por uma região
denominada espaço perinuclear, que é contínuo ao lúmen do
retículo endoplasmático rugoso.
A membrana nuclear interna contém
proteínas específicas que atuam como pontos de ancoragem para a cromatina e
para a lâmina nuclear, estrutura em forma de rede formada por filamentos
intermediários, que provê suporte estrutural para a carioteca e auxilia em sua
desorganização e reorganização ao longo do ciclo celular.
A membrana nuclear externa, assim como
o retículo endoplasmático rugoso, é cravejada de ribossomos envolvidos em
síntese protéica. As proteínas sintetizadas nestes ribossomos são transportadas
através do espaço perinuclear.
O tráfego bidirecional de macromoléculas entre o
núcleo e o citossol ocorre continuamente porém de forma seletiva, através dos
poros nucleares, inseridos na carioteca.
Poros Nucleares
Inseridos
na carioteca encontram-se os poros nucleares, cerca de 3000 a 4000 em uma
célula de mamífero típica. Estes são complexas estruturas formadoras canais que
facilitam e regulam a passagem de moléculas entre o núcleo e o citoplasma,
permitindo que algumas atravessem a membrana nuclear enquanto outras não.
Em
células animais, os poros nucleares possuem massa molecular de cerca de 125
milhões de daltons e são formados por distintas proteínas, cerca de 30,
coletivamente denominadas nucleoporinas, que estão presentes também em múltiplas
cópias e num arranjo que confere aos poros nucleares simetria octogonal.
Em
geral, pequenas moléculas (com menos de ~ 50 kDa ou 50 kg/mol) podem atravessar
os poros nucleares livremente, enquanto a maioria das macromoléculas, muito
grandes para tanto, requerem um processo especial, que usa energia da célula
para promover transporte ativo através dos poros nucleares, em qualquer das
duas direções, para dentro ou para fora do núcleo. Para ocorrer o tráfego de
determinadas proteínas, por exemplo, é necesssário que estas apresentem
sequências de aminoácidos sinalizando para importação (entrada) ou exportação
(saída) nuclear, em processos de transporte ativo através da carioteca, que
envolvem a participação de outras proteínas que reconhecem estes sinais, além
daquelas a serem transportadas.
Assim,
enquanto os poros nucleares permitem a difusão livre de pequenas moléculas
solúveis em água, impedem que quaisquer proteínas assim como os ácidos
nucléicos (DNA e RNA) saiam e entrem no núcleo de forma inapropriada. Dessa
forma, como muitas macromoléculas celulares são grandes e não podem se difundir
livremente através dos poros nucleares, a composição protéica do nucleoplasma e
do citoplasma é exclusiva a cada compartimento subcelular e finamente regulada.
Nucléolo
O
nucléolo é a estrutura mais evidente em uma imagem de microscopia óptica de uma
célula eucariótica, por se apresentar como uma densa região escura no interior
do núcleo. O nucléolo é uma região presente no núcleo não delimitada por
membrana ao contrário das organelas clássicas, que consiste num arranjo denso,
um grande agregado de RNAs e proteínas que transcrevem os genes dos RNAs
ribossomais. Sua principal função na célula é a síntese, montagem e maturação
dos ribossomos. A íntima associação física entre os diversos componentes da
maquinaria de processamento dos ribossomos no nucléolo permite que o processo
se desenvolva de forma organizada e rápida.
Cromossomos
O núcleo é a organela armazenadora da informação
genética dos eucariotos que está contida na forma de DNA, cuja função mais
importante é carregar os genes, códigos necessários para a produção, em local e
momento precisos, de todas proteínas e RNAs do organismo.
O DNA é um polímero de nucleotídeos
extremamente longo e encontra-se, em eucariotos, dividido em cromossomos,
filamentos espiralados que contêm empacotadas longas sequências de DNA com
múltiplos genes e também diversas proteínas, sendo visualizados durante a
divisão celular por microscopia óptica.
Cada cromossomo possui várias origens
de replicação, pontos que permitem que haja a duplicação do material genético
durante a replicação do DNA; um centrômero, sequência de DNA que permite que
cada cromossomo após a duplicação durante a divisão celular seja direcionado
para a nova célula filha; e telômeros, parte final do cromossomo, que apresenta
repetições de determinadas sequências de nucleotídeos e que formam estruturas
especiais e têm a finalidade fundamental de manter a estabilidade estrutural do
cromossomo e evitar a perda a informação informação genética durante a
replicação do DNA.
Os seres humanos possuem 23 pares de
cromossomos, sendo que 22 pares, os autossomos, são semelhantes entre homens e
mulheres e o último par, conhecido como heterossomos ou cromossomos sexuais,
são diferentes em função do gênero sexual: a mulher possui dois cromossomos X
(XX), enquanto o homem possui um cromossomo X e um Y (XY).
(1) Cromátide: cada um dos dois braços idênticos de um cromossomo;
(2) Centrômero: ponto de ligação de duas cromátides; (3) Braço curto;
(4) Braço longo. À esquerda, dimensão do comprimento de um cromossomo
(atente que esta pode variar de um cromossomo para outro), em micrômetro
(µm).
Cromatina
Apesar
de toda a organização e alto grau de empacotamento do material genético em
cromossomos durante a mitose e meiose, nos períodos em que não ocorre
divisão celular, quando a célula encontra-se em intérfase, o material
cromossômico não se vê individualizado; ao contrário, encontra-se amorfo e
disperso em algumas regiões do núcleo. A este material cromossômico amorfo, formado
por fibras contendo DNA e proteínas, dá-se o nome de cromatina.
Embora
não seja a única classe de proteínas associadas ao material genético, uma
categoria importante de proteínas que se ligam ao DNA cromossômico é a das histonas,
que apresentam massa molecular entre 11 e 21 kDa e são muito ricas nos
aminoácidos básicos arginina e lisina. O DNA na cromatina está fortemente
associado às histonas que auxiliam seu empacotamento em unidades estruturais
chamadas nucleossomos.
Os nucleossomos
são unidades de arranjo fundamentais, o início de uma sucessão de estruturas de
empacotamento que o DNA na cromatina pode sofrer que, ao final, origina o
cromossomo altamente compacto como observado em microscopia óptica. Os
nucleossomos são compostos por um núcleo octamérico de histonas, em torno do
qual o DNA se enrola. Há um espaçamento entre eles, de cerca de 200
nucleotídeos ao longo do DNA, e então os nucleossomos se agrupam entre si,
formando arranjos regulares que compõem a fibra de 30 nm da cromatina.
Por
análise de células eucarióticas com microscopia óptica é possível distinguir
dois tipos de cromatina em núcleos na intérfase: a heterocromatina,
altamente condensada/empacotada, e a eucromatina, menos
condensada.
Estrutura cristalográfica de um nucleossomo. As histonas H2A, H2B, H3 e H4 estão coloridas e o DNA está em cinza.Heterocromatina
A
heterocromatina apresenta segmentos de DNA que contêm poucos genes e as porções
gênicas que se empacotam na heterocromatina acabam por serem “inativadas” nesta
condição condensada. Assim, a heterocromatina pode ser caracterizada por não
apresentar relevante atividade de expressão gênica.
Eucromatina
Na
eucromatina, entretanto, encontra-se porções de DNA contendo mais genes e,
devido ao menor grau de empacotamento pelo afastamento dos nucleossomos uns dos
outros, os genes podem ser expostos à maquinaria de transcrição. Portanto, a
eucromatina pode ser caracterizada por apresentar alta atividade de expressão
gênica.
Os cromossomos são responsáveis pela
transmissão dos caracteres hereditários, ou seja, dos caracteres que são
transmitidos de pais para filhos. Os tipos de cromossomos, assim como o número
deles, variam de uma espécie para a outra. As células do corpo de um chimpanzé,
por exemplo, possuem 48 cromossomos, as do corpo humano, 46 cromossomos, as do
cão, 78 cromossomos e as do feijão 22.
Os cromossomos
são formados basicamente por dois tipos de substâncias químicas: proteínas e
ácidos nucléicos. O ácido nucléico encontrado nos cromossomos é o ácido
desoxirribonucléico – o DNA. O DNA é a substância química que forma o gene.
Cada gene possui um código específico, uma espécie de “instrução” química que
pode controlar determinada característica do indivíduo, como a cor da pele, o
tipo de cabelo, a altura, etc.
Cada cromossomo abriga inúmeros
genes, dispostos em ordem linear ao longo de filamentos. Atualmente, estima-se
que em cada célula humana existam de 20 mil a 25 mil genes. Os cromossomos
diferem entre si quanto à forma, ao tamanho e ao número de genes que contêm.
1.3.1 - Células haplóides e
diplóides
Para que as células exerçam a sua
função no corpo dos animais, elas devem conter todos os cromossomos, isto é
dois cromossomos de cada tipo: são as células diplóides. Com exceção das
células de reprodução (gametas), todas as demais células do nosso corpo são
diplóides. Porém, algumas células possuem em seu núcleo apenas um cromossomo de
cada tipo. São as células haplóides. Os gametas humanos – espermatozóides e
óvulos – são haplóides. Portanto os gametas são células que não exercem nenhuma
função até encontrarem o gameta do outro sexo e completarem a sua carga
genética.
Nos seres
humanos, tanto o espermatozóide como o óvulo possuem 23 tipos diferentes de
cromossomos, isto é, apenas um cromossomo para cada tipo. Diz-se então que nos
gametas humanos n= 23 (n é o número de cromossomos diferentes). As demais
células humanas possuem dois cromossomos de cada tipo. Essas células possuem 46
cromossomos (23 pares) no núcleo e são representadas por 2n = 46.
Nas
células diplóides do nosso corpo, os cromossomos podem, então, ser agrupados
dois a dois. Os dois cromossomos de cada par são do mesmo tipo, por possuírem a
mesma forma, o mesmo tamanho e o mesmo número de genes. Em cada par, um é de
origem materna e outro, de origem paterna.
1.3.2 - Tipos de Divisão celular
As células são
originadas a partir de outras células que se dividem. A divisão celular é
comandada pelo núcleo da célula, sendo um processo importantíssimo,
relacionado com o crescimento do organismo, reparo de lesões e manutenção da estrutura
do indivíduo, além de ser fundamental na reprodução e perpetuação da espécie.
Há dois tipos de
divisão celular, a mitose e a meiose. A mitose é uma etapa do ciclo celular. Já
a meiose, nos animais, é responsável pela produção de gametas.
1.3.2.1 - Mitose
A mitose é um tipo de divisão celular
essencial para continuarmos a nos desenvolver, a crescer e a repor células
perdidas. A mitose se inicia com uma célula diplóide (2n), ou seja, com o
número total de cromossomos da espécie (no caso dos humanos, 46). Em seguida,
há um período de grande atividade metabólica, denominado intérfase, em que
ocorre a duplicação do material genético. Só depois começa a divisão
propriamente dita.
Fases da
Mitose Celular:
1. Prófase: a cromatina (material genético) inicia sua espiralização, transformando-se em cromossomos (contendo duas cromátides-irmãs). Os centríolos (ausentes nas células vegetais) se posicionam em pólos opostos e entre eles aparecem as fibras do fuso. Há o desaparecimento do nucléolo, e, por fim, ocorre o rompimento da carioteca (membrana nuclear).
2. Metáfase: os cromossomos atingem a espiralização máxima e encontram-se na região central da célula (plano metafásico), presos às fibras do fuso.
3. Anáfase: as cromátides-irmãs migram para os pólos opostos das células devido ao encurtamento das fibras do fuso.
4. Telófase: termina a divisão do núcleo (cariocinese) e do citoplasma (citocinese). Os cromossomos voltam a se desespiralizar, a carioteca e os nucléolos reaparecem. Por fim, formam-se duas células, filhas idênticas à célula-mãe (que originou todo o processo).
1. Prófase: a cromatina (material genético) inicia sua espiralização, transformando-se em cromossomos (contendo duas cromátides-irmãs). Os centríolos (ausentes nas células vegetais) se posicionam em pólos opostos e entre eles aparecem as fibras do fuso. Há o desaparecimento do nucléolo, e, por fim, ocorre o rompimento da carioteca (membrana nuclear).
2. Metáfase: os cromossomos atingem a espiralização máxima e encontram-se na região central da célula (plano metafásico), presos às fibras do fuso.
3. Anáfase: as cromátides-irmãs migram para os pólos opostos das células devido ao encurtamento das fibras do fuso.
4. Telófase: termina a divisão do núcleo (cariocinese) e do citoplasma (citocinese). Os cromossomos voltam a se desespiralizar, a carioteca e os nucléolos reaparecem. Por fim, formam-se duas células, filhas idênticas à célula-mãe (que originou todo o processo).
1.3.2.2 - Meiose
É um processo de
divisão reducional no qual uma célula diplóide (2n) origina 4 células haplóides
(n). Ocorre com a finalidade específica de produzir células sexuais ou gametas
(espermatozóide e óvulo). No caso dos seres humanos, a meiose garante que, durante
a fecundação, se forme um novo ser com 46 cromossomos, 23 vindos do pai e 23 da
mãe.
Também é dividida em
etapas. A divisão é dupla. Na primeira divisão, ocorrem a prófase I, metáfase
I, anáfase I e telófase I. Na segunda, a prófase II, metáfase II, anáfase IIe
telófase II. Antes do início da meiose há, assim como na mitose, um período de
duplicação do material genético chamado de interfase.
Etapas da meiose :
1. Prófase I: a
cromatina se espiraliza, transformando-se em cromossomos (contendo duas
cromátides-irmãs). Os centríolos, quando presentes, se posicionam em pólos
opostos e entre eles aparecem as fibras do fuso. Há o desaparecimento do
nucléolo, e o rompimento da carioteca. Esta etapa pode ser dividida em 5
subfases: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese. Durante esta
fase pode ocorrer o "crossing-over" (mistura do material genético),
com a quebra e troca de pontas entre os cromossomos. Este mecanismo favorece a
variabilidade genética.
2. Metáfase I: os cromossomos homólogos atingem a espiralização máxima e
migram, presos às fibras do fuso, posicionando-se no plano metafásico da
célula.
3. Anáfase I: os cromossomos homólogos migram para os pólos opostos das
células devido ao encurtamento das fibras do fuso.
4. Telófase I: término da cariocinese e da citocinese. Os cromossomos se
desespiralizam, a carioteca e o nucléolo reaparecem.
5. Prófase II: os cromossomos voltam a se espiralizar, os centríolos (quando presentes) se posicionam em pólos opostos e surgem as fibras do fuso. Os nucléolos desaparecem e a carioteca se rompe.
6. Metáfase II: Os cromossomos homólogos migram, presos às fibras do fuso, posicionando-se no plano metafásico da célula.
5. Prófase II: os cromossomos voltam a se espiralizar, os centríolos (quando presentes) se posicionam em pólos opostos e surgem as fibras do fuso. Os nucléolos desaparecem e a carioteca se rompe.
6. Metáfase II: Os cromossomos homólogos migram, presos às fibras do fuso, posicionando-se no plano metafásico da célula.
7.
Anáfase II: as cromátide irmãs dos cromossomos homólogos migram para
pólos opostos das células devido ao encurtamento das fibras do fuso.
8. Telófase II: término da cariocinese e da citocinese. Os cromossomos se
desespiralizam, a carioteca e o nucléolo reaparecem. Formam-se 4 células
haplóides (n) originadas da célula mãe diplóide (2n).
Antes do início da meiose há, assim como na mitose, um período de duplicação do
material genético chamado de interfase.
1.4 -
Vídeos Aulas
Organização celular e Organelas
Mitose
e Meiose
1.5 Artigos Sobre Anatomia
Celular
2 - Referencias:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/Celula.php
http://www.mundovestibular.com.br/articles/17/1/DIVISAO-CELULAR/Paacutegina1.html
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/biologia/divisao-celular.htm
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/biologia/resumo-biologia-divisao-celular-conceitos-basicos-genetica-646777.shtml
http://www.mundoeducacao.com/biologia/centriolos.htm
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/centriolos.html
http://www.brasilescola.com/biologia/lisossomos.htm
http://rachacuca.com.br/educacao/biologia/nucleo-celular/
http://rachacuca.com.br/educacao/biologia/nucleo-celular/
3 - Citação:
“De uma pequena célula se faz um
homem, de vários homens um povo
Mais tudo sempre tem inicio com
uma pequena célula”
Diego Gaham, 2013
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