quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Anatomia da celula


CÉLULA -UNIDADE FUNCIONAL


1 - A célula

   Os seres vivos diferem da matéria bruta porque são constituídos de células. Os vírus são seres que não possuem células, mas são capazes de se reproduzir e sofrer alterações no seu material genético. Esse é um dos motivos pelos quais ainda se discute se eles são ou não seres vivos.

   A célula é a menor parte dos seres vivos com forma e função definidas. Por essa razão, afirmamos que a célula é a unidade estrutural dos seres vivos. A célula - isolada ou junto com outras células - forma todo o ser vivo ou parte dele. “Além disso, ela tem todo o material” necessário para realizar as funções de um ser vive, como nutrição, produção de energia e reprodução.

   Cada célula do nosso corpo tem uma função específica. Mas todas desempenham uma atividade "comunitária", trabalhando de maneira integrada com as demais células do corpo. É como se o nosso organismo fosse uma imensa sociedade de células, que cooperam umas com as outras, dividindo o trabalho entre si. Juntas, elas garantem a execução das inúmeras tarefas responsáveis pela manutenção da vida. 

   As células que formam o organismo da maioria dos seres vivos apresentam uma membrana envolvendo o seu núcleo, por isso, são chamadas de células eucariotas. A célula eucariota é constituída de membrana celular, citoplasma e núcleo. 




1.1 - A membrana plasmática
   A membrana plasmática é uma película muito fina, delicada e elástica, que envolve o conteúdo da célula. Mais do que um simples envoltório, essa membrana tem participação marcante na vida celular, regulando a passagem e a troca de substancias entre a célula e o meio em que ela se encontra.




   Muitas substâncias entram e saem das células de forma passiva. Isso significa que tais substâncias se deslocam livremente, sem que a célula precise gastar energia. É o caso do gás oxigênio e do gás carbônico, por exemplo.

   Outras substâncias entram e saem das células de forma ativa. Nesse caso, a célula gasta energia para promover o transporte delas através da membrana plasmática. Nesse transporte há participação de substâncias especiais, chamadas enzimas transportadoras. Nossas células nervosas, por exemplo, absorvem íons de potássio e eliminam íons de sódio por transporte ativo.


   Observe a membrana plasmática. Ela é formada por duas camadas de lipídios e por proteínas de formas diferentes entre as duas camadas de lipídios. Dizemos, assim, que a membrana plasmática tem permeabilidade seletiva, isto é, capacidade de selecionar as substâncias que entram ou saem de acordo com as necessidades da célula.


1.2 - O citoplasma

   O citoplasma é, geralmente, a maior opção da célula. Compreende o material presente na região entre a membrana plasmática e o núcleo. Ele é constituído por um material semifluido, gelatinoso chamado hialoplasma. No hialoplasma ficam imersas as organelas celulares, estruturas que desempenham funções vitais diversas, como digestão, respiração, excreção e circulação. A substância mais abundante no hialoplasma é a água.

   Vamos, então, estudar algumas das mais importantes organelas encontradas em nossas células: mitocôndrias, ribossomos, retículo endoplasmático, complexo de Golgi, lisossomos e centríolos.

1.2.1 - As mitocôndrias
   As mitocôndrias e a produção de energia. As mitocôndrias são organelas membranosas (envolvidas por membrana) e que têm a forma de bastão. Elas são responsáveis pela respiração celular, fenômeno que permite à célula obter a energia química contida nos alimentos absorvidos. A energia assim obtida poderá então ser empregada no desempenho de atividades celulares diversa .



   Um dos "combustíveis" mais comuns que as células utilizam na respiração celular é o açucar glicose. Após a "queima" da glicose, com participação do gás oxigênio, a célula obtém energia e produz resíduos, representados pelo gás carbônico e pela água. O gás carbônico passa para o sangue e é eliminado para o meio externo.

   A equação abaixo resume o processo da respiração celular:

glicose + gás oxigênio ---> gás carbônico + água  + energia


1.2.2 - Os ribossomos
  
   Os ribossomos são organelas celulares presentes em todo o citoplasma de células eucariontes quanto procariontes. elas tem como função sintetizar proteínas que serão utilizadas em processos internos da célula.
eles podem estar agrupados em fila, com a ajuda de uma fita de RNA (formando os polirribossomos), espalhados no citoplasma (ou hialoplasma), ou grudados na parede do retículo endoplasmático, dando origem ao retículo endoplasmático rugoso. vale lembrar que os ribossomos não contém uma membrana, ao contrário das mitocôndrias, por exemplo.


1.2.2.1 - Sintetizando as proteínas e enzimas

   Os aminoácidos presentes na célula são atraídos pelos ribossomos, que com o material genético rrna (rna ribossômico), vão construir grandes cadeias de proteínas, que posteriormente serão utilizadas em processos da própria célula.

   As enzimas são produzidas nos ribossomos que estão colados ao retículo endoplasmático. de lá, elas vão para dentro do retículo, onde serão agrupadas em grandes números, depois "enviadas" para o complexo de golgi, onde serão finalmente expelidas da célula.
.


1.2.3 - O retículo endoplasmático
   Essa organela é constituída por um sistema de canais e bolsas achatadas. Apresenta várias funções, dentre as quais facilitar o transporte e a distribuição de substâncias no interior da célula.
   As membranas do retículo endoplasmático podem ou não conter ribossomos aderidos em sua superfície externa. A presença dos ribossomos confere à membrana do retículo endoplasmático uma aparência granulosa; na ausência dos ribossomos, a membrana exibe um aspecto liso ou não-granulosos.





1.2.4 - O complexo de Golgi
   O complexo de Golgi, também conhecido como aparelho de Golgi ou dictiossomo é uma organela citoplasmática, constituída por vesículas com formato de sacos achatados, que está presente nas células eucarióticas. Tem por funções  armazenamento, transformação e empacotamento de substâncias que são produzidas na síntese celular.

   Ao serem aderidas pelo citoesqueleto, as vesículas são movidas no interior da célula até a região de base da membrana plasmática, daí irá se difundir à membrana da célula e eliminará um conteúdo para o meio externo à célula.

   O muco  é uma das substâncias processadas e eliminadas pelo aparelho de Golgi, ela tem papel de lubrificante a age no interior do nosso corpo. Assim, o complexo de Golgi está principalmente relacionado ao processo de secreção celular.

   As enzimas digestivas do pâncreas  também são processadas pelo complexo de Golgi, elas são produzidas no retículo endoplasmático rugoso e depois são levas até o aparelho de Golgi, sendo empacotadas neste e após isso acumuladas em um dos polos da célula pancreática. Ao chegar um aviso de alimento que está para passar por processo de digestão, essas bolsas se movem até a membrana plasmática, onde se fundirão nela e eliminarão todo seu conteúdo. Este é um dos exemplos de função do complexo de Golgi na secreção celular, mas, existem muitos outros casos de secreção celular onde há participação dessa organela.

  A formação dos espermatozoides também é realizada a partir do aparelho de Golgi, que tem uma função importante no processo. Ele possui uma bolsa contendo enzimas digestivas, chamada de acrossomo, cujo termo significa ‘’corpo localizado no topo do espermatozoide’’, que perfuram as membranas presentes no óvulo, para assim, permitir a fecundação.



  1.2.5 - Os Lisossomos 

   Os lisossomos são organelas citoplasmáticas membranosas presentes em praticamente todas as células eucariontes. Em seu interior existem enzimas que realizam normalmente a digestão intracelular, porém extracelular em casos excepcionais.

  A estrutura de um lisossomo tem sua origem a partir do processo de síntese e transformações que envolvem a complexidade celular. Partindo inicialmente do controle genético, são sintetizadas moléculas de RNA precursoras das enzimas digestivas. Essas moléculas juntamente ao retículo endoplasmático rugoso realizam o processo de transcrição de uma proteína.

   Finalizada a síntese, essas proteínas são transportadas em vesículas (pequenas bolsas) que se dissociam do retículo com destino ao complexo de Golgi. Nesse local as proteínas irão passar por transformações (maturação), havendo acréscimo de grupamentos químicos (fosforilação) nas extremidades dos filamentos protéicos, caracterizando o seu potencial enzimático.

   Após esse estágio as enzimas formadas são empacotadas em vesículas que se desprendem do aparelho golgiense, constituindo o lisossomo. A este estado de pré-formação dá-se o nome de lisossomo primário e quando em ação funcional propriamente dita, formado: o vacúolo digestivo, o vacúolo autofágico e corpo residual, recebem a denominação de secundário.

   Quanto ao aspecto interno da vesícula lisossômica, esta possui um pH por volta de 5, um potencial hidrogeniônico ácido em virtude do conteúdo, visto que as enzimas são chamadas de hidrolases ácidas.   Durante o processo digestivo, os lisossomos podem tanto asociar-se a fogossomos quanto a pinossomos (denominação que condiz com a consistência das substâncias ou partículas engolfadas), formando o vacúolo digestivo.

   À medida que a digestão se processa, as moléculas necessárias ao metabolismo da célula atravessam a membrana do vacúolo dispersando-se pelo hialoplasma. O material não digerido constitui o corpo residual, eliminado por exocitose (clasmocitose ou defecação celular).

   Essas organelas também podem atuar na degeneração de outros orgânulos da própria célula, mantendo a renovação das estruturas permanentemente reconstruidas, mecanismo chamado de autofagia (auto = próprio, fagia = comer).

   Dependendo da informação e controle gênico, as enzimas lisossômicas, em resposta ao envelhecimento das células ou a qualquer alteração morfofisiológica (hormonal, lesões ou tumores), podem desencadear o mecanismo de morte celular programada (apoptose), ou seja, a célula se alto destrói, evitando maiores danos ao organismo.







1.2.6 - Os Centríolos

   Um Centríolo ou centro celular é uma estrutura em forma de cilíndro encontrada na maioria das células eucariontes do tipo animal. Normalmente, os centríolos posicionam-se lado a lado ou de forma perpendicular, aos pares, no interior das células.

   Os centríolos podem ser encontrados na maioria das células de animais, algas e vegetais inferiores como as briófitas (musgos) e pteridófitas (samambaias), mas não existem nas células de fungos complexos, plantas superiores (gimnospermas e angiospermas) e nematoides, essas apresentam outra organela similar, o centrossomo.

   Os centríolos são estruturas formadas por nove trios de microtúbulos protéicos, organizados em cilindro. São responsáveis pela formação dos cílios e flagelos e pela organização do fuso acromático durante a divisão celular. Sua principal característica é a capacidade de se autoduplicar no período que precede a divisão celular, migrando, em seguida, para os polos opostos da célula.Os estudos sobre a origem dessa organela apontam para o último ancestral comum de todos os eucariotos, uma célula ciliada com centríolos.





1.2.7 - O núcleo

   O núcleo é a estrutura subcelular que contém a informação hereditária da célula, o ácido desoxirribonucléico (ou DNA, da sigla em inglês), e que controla a síntese de proteínas, bem como o crescimento e divisão celulare. Essa organela esférica, em células animais típicas mede cerca de 10-20 µm de diâmetro e é delimitada por uma membrana dupla chamada envelope nuclear ou carioteca que auxilia a manutenção da forma do núcleo e na regulação do fluxo de moléculas através dos poros nucleares, que permitem a comunicação com o citoplasma da célula. No interior do núcleo, encontra-se o nucléolo, estrutura responsável pela síntese e montagem dos ácidos ribonucléicos (ou RNA, da sigla em inglês) ribossomais. Uma matriz líquida de alta viscosidade, denominada nucleoplasma, é encontrada preenchendo o interior do núcleo e contém, dissolvidas nela, diversas substâncias como nucleotídeos, proteínas e a cromatina, que é a denominação dada ao complexo formado entre proteínas, como histonas, e os cromossomos, longas sequências de DNA bem organizadas, que contêm todas as informações genéticas da célula.



1.2.7.1 - Estrutura do núcleo

 Nucleoplasma



    Componente subcelular análogo ao citoplasma, nucleoplasma é o líquido viscoso que preenche o núcleo delimitado pela carioteca, no qual nucléolo e cromossomos, por exemplo, estão suspensos. Diversas substâncias encontram-se dissolvidas no nucleoplasma, tais como íons, açúcares, nucleotídeos, ácidos nucléicos e proteínas/enzimas, além de água.

    A presença do nucleoplasma ocupando o núcleo, uma matriz fluida, promove um ambiente favorável à ocorrência do trânsito de moléculas e, consequentemente, das diversas reações químicas que ocorrem no núcleos, com destaque para a duplicação do DNA e transcrição do RNA.

Carioteca

    A carioteca, ou envelope nuclear, circunda completamente o núcleo, auxiliando à manutenção de sua forma esférica, e atua como um impedimento à livre difusão de substâncias entre o nucleoplasma e o citoplasma, separando do citossol os componentes nucleares, incluindo o material genético, durante a maior parte do ciclo celular. 

   Durante a divisão da célula, cópias equivalentes do material genético contido no núcleo e organizado nos cromossomos devem ser transmitidas para ambas as células filhas. Assim, no início da mitose, durante a prófase, em processo essencial para a divisão dos cromossomos, o envelope nuclear se desintegra. Na telófase, fase final da mitose, porém, a carioteca é reestruturada em torno de cada um dos novos conjuntos de cromossomos.
    A carioteca é formada por dupla membrana: duas membranas concêntricas, cada uma formada por uma bicamada lipídica com distintas proteínas, dentre outras classes de moléculas, inseridas nela, à exemplo de outras membranas biológicas. A dupla membrana da carioteca é composta pela membrana nuclear interna e a membrana nuclear externa, separadas por uma região denominada espaço perinuclear, que é contínuo ao lúmen do retículo endoplasmático rugoso.
   A membrana nuclear interna contém proteínas específicas que atuam como pontos de ancoragem para a cromatina e para a lâmina nuclear, estrutura em forma de rede formada por filamentos intermediários, que provê suporte estrutural para a carioteca e auxilia em sua desorganização e reorganização ao longo do ciclo celular.
   A membrana nuclear externa, assim como o retículo endoplasmático rugoso, é cravejada de ribossomos envolvidos em síntese protéica. As proteínas sintetizadas nestes ribossomos são transportadas através do espaço perinuclear.
   O tráfego bidirecional de macromoléculas entre o núcleo e o citossol ocorre continuamente porém de forma seletiva, através dos poros nucleares, inseridos na carioteca.



Poros Nucleares

   Inseridos na carioteca encontram-se os poros nucleares, cerca de 3000 a 4000 em uma célula de mamífero típica. Estes são complexas estruturas formadoras canais que facilitam e regulam a passagem de moléculas entre o núcleo e o citoplasma, permitindo que algumas atravessem a membrana nuclear enquanto outras não.

   Em células animais, os poros nucleares possuem massa molecular de cerca de 125 milhões de daltons e são formados por distintas proteínas, cerca de 30, coletivamente denominadas nucleoporinas, que estão presentes também em múltiplas cópias e num arranjo que confere aos poros nucleares simetria octogonal.

   Em geral, pequenas moléculas (com menos de ~ 50 kDa ou 50 kg/mol) podem atravessar os poros nucleares livremente, enquanto a maioria das macromoléculas, muito grandes para tanto, requerem um processo especial, que usa energia da célula para promover transporte ativo através dos poros nucleares, em qualquer das duas direções, para dentro ou para fora do núcleo. Para ocorrer o tráfego de determinadas proteínas, por exemplo, é necesssário que estas apresentem sequências de aminoácidos sinalizando para importação (entrada) ou exportação (saída) nuclear, em processos de transporte ativo através da carioteca, que envolvem a participação de outras proteínas que reconhecem estes sinais, além daquelas a serem transportadas.

   Assim, enquanto os poros nucleares permitem a difusão livre de pequenas moléculas solúveis em água, impedem que quaisquer proteínas assim como os ácidos nucléicos (DNA e RNA) saiam e entrem no núcleo de forma inapropriada. Dessa forma, como muitas macromoléculas celulares são grandes e não podem se difundir livremente através dos poros nucleares, a composição protéica do nucleoplasma e do citoplasma é exclusiva a cada compartimento subcelular e finamente regulada.



 
 




Nucléolo


    O nucléolo é a estrutura mais evidente em uma imagem de microscopia óptica de uma célula eucariótica, por se apresentar como uma densa região escura no interior do núcleo. O nucléolo é uma região presente no núcleo não delimitada por membrana ao contrário das organelas clássicas, que consiste num arranjo denso, um grande agregado de RNAs e proteínas que transcrevem os genes dos RNAs ribossomais. Sua principal função na célula é a síntese, montagem e maturação dos ribossomos. A íntima associação física entre os diversos componentes da maquinaria de processamento dos ribossomos no nucléolo permite que o processo se desenvolva de forma organizada e rápida.




           A figura representa uma imagem de um núcleo, obtida por microscopia eletrônica, tendo o nucléolo evidenciado por sua coloração escura.

Cromossomos




   O núcleo é a organela armazenadora da informação genética dos eucariotos que está contida na forma de DNA, cuja função mais importante é carregar os genes, códigos necessários para a produção, em local e momento precisos, de todas proteínas e RNAs do organismo.

   O DNA é um polímero de nucleotídeos extremamente longo e encontra-se, em eucariotos, dividido em cromossomos, filamentos espiralados que contêm empacotadas longas sequências de DNA com múltiplos genes e também diversas proteínas, sendo visualizados durante a divisão celular por microscopia óptica.

   Cada cromossomo possui várias origens de replicação, pontos que permitem que haja a duplicação do material genético durante a replicação do DNA; um centrômero, sequência de DNA que permite que cada cromossomo após a duplicação durante a divisão celular seja direcionado para a nova célula filha; e telômeros, parte final do cromossomo, que apresenta repetições de determinadas sequências de nucleotídeos e que formam estruturas especiais e têm a finalidade fundamental de manter a estabilidade estrutural do cromossomo e evitar a perda a informação informação genética durante a replicação do DNA.

   Os seres humanos possuem 23 pares de cromossomos, sendo que 22 pares, os autossomos, são semelhantes entre homens e mulheres e o último par, conhecido como heterossomos ou cromossomos sexuais, são diferentes em função do gênero sexual: a mulher possui dois cromossomos X (XX), enquanto o homem possui um cromossomo X e um Y (XY).




   (1) Cromátide: cada um dos dois braços idênticos de um cromossomo; (2) Centrômero: ponto de ligação de duas cromátides; (3) Braço curto; (4) Braço longo. À esquerda, dimensão do comprimento de um cromossomo (atente que esta pode variar de um cromossomo para outro), em micrômetro (µm).



Cromatina

   Apesar de toda a organização e alto grau de empacotamento do material genético em cromossomos durante a mitose e meiose, nos períodos em que não ocorre divisão celular, quando a célula encontra-se em intérfase, o material cromossômico não se vê individualizado; ao contrário, encontra-se amorfo e disperso em algumas regiões do núcleo. A este material cromossômico amorfo, formado por fibras contendo DNA e proteínas, dá-se o nome de cromatina



   Embora não seja a única classe de proteínas associadas ao material genético, uma categoria importante de proteínas que se ligam ao DNA cromossômico é a das histonas, que apresentam massa molecular entre 11 e 21 kDa e são muito ricas nos aminoácidos básicos arginina e lisina. O DNA na cromatina está fortemente associado às histonas que auxiliam seu empacotamento em unidades estruturais chamadas nucleossomos.



   Os nucleossomos são unidades de arranjo fundamentais, o início de uma sucessão de estruturas de empacotamento que o DNA na cromatina pode sofrer que, ao final, origina o cromossomo altamente compacto como observado em microscopia óptica. Os nucleossomos são compostos por um núcleo octamérico de histonas, em torno do qual o DNA se enrola. Há um espaçamento entre eles, de cerca de 200 nucleotídeos ao longo do DNA, e então os nucleossomos se agrupam entre si, formando arranjos regulares que compõem a fibra de 30 nm da cromatina.



   Por análise de células eucarióticas com microscopia óptica é possível distinguir dois tipos de cromatina em núcleos na intérfase: a heterocromatina, altamente condensada/empacotada, e a eucromatina, menos condensada.
                                 Estrutura cristalográfica de um nucleossomo. As histonas H2A, H2B, H3 e H4 estão coloridas e o DNA está em cinza.



Heterocromatina

   A heterocromatina apresenta segmentos de DNA que contêm poucos genes e as porções gênicas que se empacotam na heterocromatina acabam por serem “inativadas” nesta condição condensada. Assim, a heterocromatina pode ser caracterizada por não apresentar relevante atividade de expressão gênica.


Eucromatina

   Na eucromatina, entretanto, encontra-se porções de DNA contendo mais genes e, devido ao menor grau de empacotamento pelo afastamento dos nucleossomos uns dos outros, os genes podem ser expostos à maquinaria de transcrição. Portanto, a eucromatina pode ser caracterizada por apresentar alta atividade de expressão gênica.


1.3 - A Divisão Celular
  
   Os cromossomos são responsáveis pela transmissão dos caracteres hereditários, ou seja, dos caracteres que são transmitidos de pais para filhos. Os tipos de cromossomos, assim como o número deles, variam de uma espécie para a outra. As células do corpo de um chimpanzé, por exemplo, possuem 48 cromossomos, as do corpo humano, 46 cromossomos, as do cão, 78 cromossomos e as do feijão 22.



   Os cromossomos são formados basicamente por dois tipos de substâncias químicas: proteínas e ácidos nucléicos. O ácido nucléico encontrado nos cromossomos é o ácido desoxirribonucléico – o DNA. O DNA é a substância química que forma o gene. Cada gene possui um código específico, uma espécie de “instrução” química que pode controlar determinada característica do indivíduo, como a cor da pele, o tipo de cabelo, a altura, etc.

   Cada cromossomo abriga inúmeros genes, dispostos em ordem linear ao longo de filamentos. Atualmente, estima-se que em cada célula humana existam de 20 mil a 25 mil genes. Os cromossomos diferem entre si quanto à forma, ao tamanho e ao número de genes que contêm.

1.3.1 - Células haplóides e diplóides

   Para que as células exerçam a sua função no corpo dos animais, elas devem conter todos os cromossomos, isto é dois cromossomos de cada tipo: são as células diplóides. Com exceção das células de reprodução (gametas), todas as demais células do nosso corpo são diplóides. Porém, algumas células possuem em seu núcleo apenas um cromossomo de cada tipo. São as células haplóides. Os gametas humanos – espermatozóides e óvulos – são haplóides. Portanto os gametas são células que não exercem nenhuma função até encontrarem o gameta do outro sexo e completarem a sua carga genética.

    Nos seres humanos, tanto o espermatozóide como o óvulo possuem 23 tipos diferentes de cromossomos, isto é, apenas um cromossomo para cada tipo. Diz-se então que nos gametas humanos n= 23 (n é o número de cromossomos diferentes). As demais células humanas possuem dois cromossomos de cada tipo. Essas células possuem 46 cromossomos (23 pares) no núcleo e são representadas por 2n = 46.

 
   Nas células diplóides do nosso corpo, os cromossomos podem, então, ser agrupados dois a dois. Os dois cromossomos de cada par são do mesmo tipo, por possuírem a mesma forma, o mesmo tamanho e o mesmo número de genes. Em cada par, um é de origem materna e outro, de origem paterna.


1.3.2 - Tipos de Divisão celular
   As células são originadas a partir de outras células que se dividem. A divisão celular é comandada pelo núcleo da célula, sendo  um processo importantíssimo, relacionado com o crescimento do organismo, reparo de lesões e manutenção da estrutura do indivíduo, além de ser fundamental na reprodução e perpetuação da espécie.
   Há dois tipos de divisão celular, a mitose e a meiose. A mitose é uma etapa do ciclo celular. Já a meiose, nos animais, é responsável pela produção de gametas.

1.3.2.1 - Mitose 
  A mitose é um tipo de divisão celular essencial para continuarmos a nos desenvolver, a crescer e a repor células perdidas. A mitose se inicia com uma célula diplóide (2n), ou seja, com o número total de cromossomos da espécie (no caso dos humanos, 46). Em seguida, há um período de grande atividade metabólica, denominado intérfase, em que ocorre a duplicação do material genético. Só depois começa a divisão propriamente dita.

Fases da Mitose Celular:

1. Prófase:
a cromatina (material genético) inicia sua espiralização, transformando-se em cromossomos (contendo duas cromátides-irmãs). Os centríolos (ausentes nas células vegetais) se posicionam em pólos opostos e entre eles aparecem as fibras do fuso. Há o desaparecimento do nucléolo, e, por fim, ocorre o rompimento da carioteca (membrana nuclear).
 

2. Metáfase: os cromossomos atingem a espiralização máxima e encontram-se na região central da célula (plano metafásico), presos às fibras do fuso.

3. Anáfase: as cromátides-irmãs migram para os pólos opostos das células devido ao encurtamento das fibras do fuso.

4. Telófase: termina a divisão do núcleo (cariocinese) e do citoplasma (citocinese). Os cromossomos voltam a se desespiralizar, a carioteca e os nucléolos reaparecem. Por fim, formam-se duas células, filhas idênticas à célula-mãe (que originou todo o processo). 





1.3.2.2 - Meiose

   É um processo de divisão reducional no qual uma célula diplóide (2n) origina 4 células haplóides (n). Ocorre com a finalidade específica de produzir células sexuais ou gametas (espermatozóide e óvulo). No caso dos seres humanos, a meiose garante que, durante a fecundação, se forme um novo ser com 46 cromossomos, 23 vindos do pai e 23 da mãe.
   Também é dividida em etapas. A divisão é dupla. Na primeira divisão, ocorrem a prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I. Na segunda, a prófase II, metáfase II, anáfase IIe telófase II. Antes do início da meiose há, assim como na mitose, um período de duplicação do material genético chamado de interfase.
Etapas da meiose :
1. Prófase I: a cromatina se espiraliza, transformando-se em cromossomos (contendo duas cromátides-irmãs). Os centríolos, quando presentes, se posicionam em pólos opostos e entre eles aparecem as fibras do fuso. Há o desaparecimento do nucléolo, e o rompimento da carioteca. Esta etapa pode ser dividida em 5 subfases: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese. Durante esta fase pode ocorrer o "crossing-over" (mistura do material genético), com a quebra e troca de pontas entre os cromossomos. Este mecanismo favorece a variabilidade genética.
2. Metáfase I: os cromossomos homólogos atingem a espiralização máxima e migram, presos às fibras do fuso, posicionando-se no plano metafásico da célula.
 
3. Anáfase I: os cromossomos homólogos migram para os pólos opostos das células devido ao encurtamento das fibras do fuso.
4. Telófase I: término da cariocinese e da citocinese. Os cromossomos se desespiralizam, a carioteca e o nucléolo reaparecem.

5. Prófase II: os cromossomos voltam a se espiralizar, os centríolos (quando presentes) se posicionam em pólos opostos e surgem as fibras do fuso. Os nucléolos desaparecem e a carioteca se rompe.

6. Metáfase II: Os cromossomos homólogos migram, presos às fibras do fuso, posicionando-se no plano metafásico da célula. 

7. Anáfase II: as cromátide irmãs dos cromossomos homólogos migram para pólos opostos das células devido ao encurtamento das fibras do fuso. 
8. Telófase II: término da cariocinese e da citocinese. Os cromossomos se desespiralizam, a carioteca e o nucléolo reaparecem. Formam-se 4 células haplóides (n) originadas da célula mãe diplóide (2n). 
            


            Antes do início da meiose há, assim como na mitose, um período de duplicação do material genético chamado de interfase.



1.4 - Vídeos Aulas
                                                            

                                                   Organização celular e Organelas
   


   

 Mitose e Meiose


1.5 Artigos Sobre Anatomia Celular 








2 - Referencias:

      http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/Celula.php
             http://www.mundovestibular.com.br/articles/17/1/DIVISAO-CELULAR/Paacutegina1.html
              http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/biologia/divisao-celular.htm
    http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/biologia/resumo-biologia-divisao-celular-conceitos-basicos-genetica-646777.shtml
           http://www.mundoeducacao.com/biologia/centriolos.htm
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/centriolos.html
http://www.brasilescola.com/biologia/lisossomos.htm 
http://rachacuca.com.br/educacao/biologia/nucleo-celular/


3 - Citação:

“De uma pequena célula se faz um homem, de vários homens um povo
Mais tudo sempre tem inicio com uma pequena célula”

Diego Gaham, 2013







 


Nenhum comentário:

Postar um comentário